Amazônia Passa Aqui

6 meses, 7 cidades e 106 atividades que impactaram diretamente mais de 7 mil pessoas!

Veja como foi o ano de 2022 do Movimento Amazônia Passa Aqui

De junho a outubro de 2022, o Movimento Amazônia Passa Aqui colocou ciclistas e pedestres nas ruas das 7 capitais do sul e do sudeste com uma missão: despertar a reflexão, a partir de expedições culturais urbanas, sobre a importância de preservarmos a maior floresta tropical do planeta, que tem influência e está presente em todo o território brasileiro – mesmo aqueles geograficamente mais distantes. 

A campanha realizou um total de 106 ações, que contaram com a participação de mais de 7 mil pessoas. Foram meses potentes e inesquecíveis em meio a um cenário conturbado para o ativismo ambiental no Brasil e índices catastróficos de desmatamento na Amazônia. 

Fomos a exposições, mostras de cinema, apreciamos o trabalho de artistas incríveis, falamos dos rios voadores, rios urbanos soterrados, conhecemos comunidades indígenas em contexto urbano e pudemos aprender sobre a cultura de seus povos.

Em cada uma das cidades, deixamos como legado os roteiros que foram construídos exclusivamente para o projeto. Todos eles são abertos, gratuitos e podem ser feitos a pé ou de bicicleta. Conheça em amazoniapassaqui.com.br e deixe a Amazônia te atravessar!

O sentimento que fica é de que todo o trabalho, feito de forma coletiva e com a atuação fundamental dos diversos parceiros que cruzaram nosso caminho, valeu muito a pena. 

Confira abaixo um pouquinho do que rolou nas 7 cidades!

Vitória/ES

O Manguezal de Vitória sedia o circuito Guanaanira. Uma cidade que espreme gente entre máquinas à gasolina e, para nos salvar dela mesma, oferece máscaras de oxigênio com minério. Pedalamos e caminhamos sob a proteção do Mangue – um ecossistema doce e salgado, que abriga espécies ameaçadas de extinção – seguimos seu curso abraçando os mais variados tipos de verdes e marrons. Com a maré baixa, chegamos mais perto ainda de sua essência, empurrando nossas bicicletas por poucos metros sobre esse “solo-não-solo”, com atenção e respeito. O Rio Santa Maria de Vitória é a extensão do Mangue, essa água é o quintal de muita gente, mas a infraestrutura da cidade parece insistir em ficar de costas.

Confira algumas ações que aconteceram na cidade: 

Belo Horizonte/MG

Pedalar na capital mineira nos faz notar o tanto que a vida dentro de um carro nos impede de olhar pra cima, pros lados e pro chão. No Circuito Pontos Verdes e Arte Urbana podemos perceber que em cada cantinho há uma obra de arte ou planta tentando sobreviver ao caos que é a cidade grande. E quando a gente, na mobilidade ativa, tem essa sacada, começa a achar prazeroso não estar correndo pra ir pro trabalho ou pra casa. Perceber outros modos de se viver a cidade e que não é preciso ir muito longe, mas que aqui do lado pode ter algo que você nunca viu antes. É como, no meio da Andradas, ver a atitude de uma única pessoa, que com a sua bicicleta e companhia de seu cachorro, pode produzir organicamente alimento para muitas famílias.

Confira algumas ações que aconteceram na cidade: 

Rio de Janeiro/RJ

O circuito do Rio contorna a Baía de Guanabara e, apesar de estar numa cidade com diversos cartões postais, vai atrás do que não é óbvio, o que está escondido entre prédios e vielas. A pé e de bike é possível ver o meio ambiente florescendo entre as  rachaduras do asfalto. Está nos grafites, nos nomes dos bairros, no replantio de um Baobá ou ainda nos murais de azulejos que trazem os direitos humanos. Mesmo em uma grande cidade, é possível descobrir caminhos e possibilidades, aproveitando também para questionar e refletir as histórias de mudanças sociais e urbanísticas, os processos de revitalização do centro e seus impactos para o meio ambiente. Além de conhecer e apoiar a Aldeia Marakanã, que resiste em uma das regiões mais populosas da capital.

Confira algumas ações que aconteceram na cidade:

São Paulo/SP

Numa cidade marcada pelo excesso de concreto e pela falta do verde, nossos circuitos convidam para um olhar mais atencioso. Seguimos o curso de rios aterrados, ouvimos o som de nascentes canalizadas e também plantamos algumas árvores. Contemplamos arte dentro do museu e muita arte do lado de fora, nas empenas, muros e travessas da nossa selva de pedra. Saímos do centro, chegamos a poucos passos do Rio Tietê e recarregamos as energias com alimentos produzidos numa agrofloresta urbana. Apresentamos uma São Paulo até então desconhecida para muitos, conectando a cidade e nós mesmos à Amazônia.

Confira algumas ações que aconteceram na cidade: 

Curitiba/PR

Curitiba, uma das maiores cidades do Brasil com nome indígena (kur yt yba – ‘grande quantidade de pinheiros, pinheiral’) e onde apenas 1% da população é indígena. Aqui também resiste a primeira aldeia em contexto urbano do Brasil, no Campo do Santana, a aldeia Kakané Porã. A imersão nesta jornada pulsa urgência e articulação, e partimos para rotas da capital paranaense em curso com rios abertos e canalizados, saindo de uma praça criada coletivamente, a  Praça de Bolso de Ciclistas, que é uma conquista viva do movimento cicloativista, para enfim chegarmos numa Curitiba mais verde que se revela nas conexões humanas e pelas frestas do asfalto na rota “Rio Belém & A Ciclovia Mais Bonita da Cidade”.

Confira algumas ações que aconteceram na cidade: 

Florianópolis/SC

No Circuito “Era mar, mas virou asfalto”, como o próprio nome já diz, no lugar de natureza vimos aterros, asfalto e muitos carros. A ciclovia da Avenida Hercílio Luz, por onde iniciamos a expedição, foi construída sobre o Rio da Bulha. Uma das principais tarefas é parar e pensar onde estamos, ouvir as memórias de quem conheceu como era e como está agora, o que havia antes e o distanciamento do mar e do rio que vivemos atualmente. 

Um dos pontos altos é parar também para observar a floresta central, uma pequena porém notável área verde em regeneração que emoldura uma parte do centro da cidade e torna nosso microclima mais agradável. 

Outro ponto de reflexão é a situação vulnerável dos indígenas em Florianópolis, que habitam uma moradia improvisada num terminal de ônibus desativado. Povos de diversas etnias que tradicionalmente vêm à capital para vender seu artesanato, vivem ali precariamente em barracas e abrigos de lona.

Confira algumas ações que aconteceram na cidade: 

Porto Alegre/RS

O circuito “Arroios e Quilombos” mostra que Porto Alegre é um local com alguns “segredos” ambientais, geográficos e sociais. Representando um rio que corre da nascente à foz, essa pedalada passa pelo principal rio da cidade, o arroio Dilúvio, canalizado e poluído, mas apresenta também outros cursos d’água, ora nomeados, ora “invisíveis”, que compõem a capital gaúcha, como o Arroio da Areia, e o som do curso de um rio que passa sob uma praça arborizada. 

Também exalta e celebra os lugares invisibilizados pelo racismo e pela pressão da especulação imobiliária, de histórica resistência negra e indígena: o quilombo da família Silva, a vila Planetário, o bairro Ilhota, o Odomodê e o Centro de Referência Indígena-Afro. É um circuito que traz à luz uma cidade que tem uma natureza feita de água, de parques, de árvores frutíferas, mas principalmente de cultura e de gente.

Confira algumas ações que aconteceram na cidade: 

Vídeo-Manifesto Amazônia Passa Aqui

Encerramos este ciclo da campanha com a produção de um Vídeo-Manifesto que registra muitas das atividades que realizamos e as pessoas incríveis que estiveram com a gente nessa jornada. Assista!

O manifesto da campanha também foi impresso em formato de zine e distribuído nas 7 cidades participantes. Veja aqui o material!

No dia 15 de dezembro, o filme recebeu uma menção honrosa na edição 2022 do MegaCities Short Docs, festival internacional de documentários com temática voltada para questões urbanas sustentáveis e de impacto social. Os curtas serão exibidos na TV Cultura no dia 22 de dezembro, às 23h. 

A Amazônia Passa Aqui foi destaque em alguns veículos de imprensa. Confira neste link o que falaram do projeto!

Parceiros

Todo o trabalho realizado não seria possível sem as conexões que fizemos e pessoas que conhecemos durante esses meses. Elas acreditaram no projeto, “compraram” nossa luta e multiplicaram o Movimento Amazônia Passa Aqui em suas cidades. Deixamos aqui nosso imenso agradecimento pela participação de cada um deles. Todos foram fundamentais! Veja abaixo quem pedalou com a gente! 

Peladeusa | Pedale-se | Ciclocidade | Pedal na Quebrada | Coletivo CicloCentro SP | Pedal Verde | Alternativa Z | Cicloiguaçu | Ciclo Courier | Toca (Piola Bags + VeloBambu + Circular Som Sistema + Ciclo Courier) | Rio Bike Polo | Mico-Leão SSA | Minas na Pixxta | Night Ride RJ | Pedalamente | Escadão Agroecológico Esplanada | Bikers & Proud | Giro Preto | Malungada | Monta Mona | Pedala, Mana | Vespas Bike Gang | UCB – União de Ciclistas do Brasil | Pedale como Marina | Jornada de Agroecologia | All City Bike Entregas | Giro Sustentável Entregas | Coletivo ParáCiclo | Bicicletaria Cultural | AmsterPOA | TransLAB.URB | Banana Verde | Misturaí – POA | SPVS – Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental | Mater Natura | Rede Curitiba Climática | SOS Manguezal | CalçadaSP | ASCOP – Associação de Skate da Costeira do Pirajubaé | Tembici | Bike Anjo (Porto Alegre + São Paulo + Espírito Santo + Belo Horizonte + Rio de Janeiro) | Amobici | Aresta Equipamentos | Garupa | Asibama SC | Escola da Fazenda | Indígenas da Maloca UFSC | Florianópolis Audiovisual Mercosul | Bloco da Bicicletinha | BH Fixed | INCC | Aldeia Maracanã | Carimbó dos Altos | Cyclophonica Musical | Cheyenne Bike Aventura | Massa Crítica RJ | Transporte Ativo | Pedal Marechal | Street Fox Cicloturismo | Banda Pé de Capoeira | Remada Roortiz | Coral Kuara’y Retxakã | Volta ao Mundo Capoeira Angola | Marquito Vereamor | Instituto Çarakura | Bike Favela | Bike System | Bike Zona Leste | Corrida Amiga | Programa Criança e Natureza | Instituto Alana | Jovens pelo Clima SP | Monomito Filmes | Mulheres do GAU | Diego Gazola | Pedalinha | MUMBI

Equipe Amazônia Passa Aqui

Institucional

Aline Cavalcante
Brunno Carvalho
Felipe Sá
Guilherme Campbell
Vitória Holz

Equipes locais

Vitória/ES: Daniela Rodrigues e Hudson Lupi
Belo Horizonte/MG: Maria Mourão e Ana Coan
Rio de Janeiro/RJ: Vivian Garelli e Flávio Rocha
São Paulo/SP: Yuri Vasquez e Alessandra Albuquerque
Curitiba/PR: Patrícia Valverde, Doug Oliveira, Priscila Maris e Dalila Lapuse
Florianópolis/SC: Naiara Lima e Barbara Pettres
Porto Alegre/RS: Tássia Furtado e Lívia Araújo

Comunicação e Design

André Teixeira
Gabriel Bonamichi

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